terça-feira, março 15, 2011

"Todo o poema é uma aventura planificada"


Foi lançado em 1956 o mais controverso movimento vanguardista no Brasil, precisamente em São Paulo, na Exposição da Arte Concreta, o chamado concretismo.
Criada por Décio Pignatari (1927), Haroldo de Campos (1929) e Augusto de Campos (1931), a poesia concreta era como um ataque à produção poética da época, então dominada pela geração de 1945, acusada de verbalismo, subjetivismo, falta de apuro, além da falta de capacidade de expressar a realidade gerada pela revolução industrial.
São Paulo vivenciava a Era J.K. e os seus intelectuais buscavam uma poética ideológica/artística cosmopolita, como os modernistas de 1922. Por isso, um dos modelos adotados pelos concretos foi Oswald de Andrade cuja lírica sintética (“poemas-pílula”) representava para eles o vanguardismo mais radical.
Era um movimento, como já foi dito, vanguardista, possuindo um caráter experimental, basicamente visual. Esse então chamado concretismo poético gerou diversas correntes neo-concretistas e pós-concretistas no Brasil, país no qual obteve mais força, como as do poeta Ferreira Gullar, o maior poeta vivo do país, o poema, processo; a poesia, práxis; além da essência da poesia reduzida de Paulo Leminski.


Por Jessica.


P.s: Para quem não conhece, acho esse um estilo que provoca catarse de uma maneira interessante. Mesmo sendo frio, ele toca no leitor, é de certa forma impactante.

terça-feira, março 01, 2011

Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.


Sentir falta de algo é uma das melhores sensações que existem, já que finalmente você aprendeu a valorizar o cotidiano. Chamaria essa teoria de o cúmulo do arrependimento, mas regressar e rever os erros de cada dia, incontáveis, é uma situação tão constrangedora, tendo em vista que todos, que eram seus amigos pelo menos, tentaram converter sua a mentalidade levemente arcaica que lhe ronda. Mas, com os erros é que se constroem novos horizontes (momento romântico, no meio de sangue e visceras, que cena agradável!), com milhares de novas pedrinhas pelos caminhos (não tem como ser apenas um caminho, senão não existiriam escolhas, ou tropeços).
Mamãe vive dizendo que todos passamos por fases em nossas vidas (inúmeras, e não sou espirita!), que plantamos o que colhemos (odeio essa metáfora, é tão pobre, mas o contexto se aplica novamente), e que nada é reversível, pelo menos para mim. Nunca volta a ser como era antes, tudo passa a ser o que denomino tempo perdido (louvado Renato!). Somos tão jovens, mas morremos tão cedo, o tempo desaparece. Somos voláteis.
E tenho que voltar para aula de med, já que na vida me faltam escolhas com bons recursos, talvez um défict de planejamento. Continuando rumo a praia, indo a Pasárgada.

Ainda por Jessica.

Meu preferido, não lembro se já postei ele antes, se bem que acho que já deixei o livro disponível.
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http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/456.php >